100/Special Interviews/A Beautiful Parable
Special Interviews
Uma Bela Parábola

Fred Karlin é compositor e recebeu o Oscar e o Prêmio Emmy, junto com muitas outras homenagens por sua música. Escreveu inúmeras obras, incluindo partituras para os filmes "West World" e "The Autobiography of Miss Jane Pittman". É compositor do fantástico épico musical "The Peace Seeker", executado neste concerto.

Trecho de uma entrevista com Fred Karlin, conduzida por Quoc Thai e Quynh Huong, do Overseas Rádio Saigon, em 16 de novembro de 1998 (originalmente em inglês)

Quoc Thai: Por que o senhor intitulou a peça "The Peace Seeker" ("O Buscador da Paz")?

Fred Karlin: Bem, porque todos nós somos buscadores da paz. Alguns de nós estão fazendo isso de forma mais consciente e estão mais cientes disso do que outros, mas na verdade todos queremos a paz. E há aqueles que não se deram conta de que desejam a paz, a felicidade. Ela relaciona as duas coisas como uma só: alegria, felicidade, paz; é sobre a paz interior que estamos falando. Penso que todos cremos, em nossos corações, que se encontrarmos a paz interior haverá a paz mundial. Então, existe realmente a possibilidade de um grande impacto. Mencionei um verso Dela, que diz que para cada buscador da paz existe a sabedoria desta Sábia, percebendo que podemos olhar para o nosso interior e encontrar o Caminho, e relacionei os Seus demais poemas a isso.

.... A peça tem muito a ver com a compaixão. Diversas das personagens da peça que cantam essas canções populares/de rock sofrem muito; elas sofrem tanto com o sofrimento das pessoas à sua volta que quase nunca sabem o que fazer. Um poema, que agora é uma canção, intitulada "Cannot Do A Thing With My Heart" ("Não Posso Fazer Nada com Meu Coração"), começa com uma personagem retratada no poema desejosa de se livrar de seu coração porque simplesmente não consegue fazer nada com ele. Ela diz: "O que eu posso fazer pelo mundo? O que posso fazer por meu povo? Sempre cheia de problemas, sempre cheia de tristezas". Seu coração está magoado com isso.

Todos nós nos fazemos essa pergunta. Bem agora, exatamente neste momento, o terrível desastre natural ocorre na América Central e na região meridional dos Estados Unidos, no Meio-oeste. E sempre há algo assim. Então, como lidamos com tudo isso? Como administramos isso? O que fazemos com nossa compaixão? Talvez esta seja uma pergunta sem resposta: "O que fazemos com isso?" Bem, a Suprema Mestra Ching Hai Associação Internacional é um grupo de pessoas que vão até essas áreas de desastres para ajudar, para pôr a mão na massa, e não ajudam somente com captação de recursos. Além disso, eles também escavam e ajudam, assim como Jimmy Carter e sua esposa Rosalyn, por exemplo, que foram para a América Central para auxiliarem nos trabalhos. A peça também ajuda a enfatizar isso: que podemos ficar olhando e sofrendo ou podemos buscar a tranqüilidade, a paz e um sentido no mundo dentro de nós. As canções são populares/de rock, que todos irão gostar; às vezes a música também nos deixa algo que não é apenas abstrato. Espero conseguir transmitir esse sentimento às pessoas.

 


 

Trecho de uma entrevista com Fred Karlin, conduzida por
Liz Pennington, do programa "In Touch With Orange County"
da KEZY 95,9 FM (originalmente em inglês)

Interview with Fred Karlin (middle) on KEZY 95.9FM. on November 10, 1998


FK: Sinto-me muito privilegiado, por diversos motivos, por ter trabalhado nesta peça e por tê-la escrito. Mas ela é bastante adequada para mim devido a minha experiência com dramaturgia em todos esses anos e pelo fato de poder trabalhar com esses poemas, os quais selecionei e organizei para que juntos transmitissem uma certa sensibilidade. Eu os reuni para que juntos tivessem um significado e dei a eles o título "The Peace Seeker" ("O Buscador da Paz"), que é um verso de um dos poemas da Suprema Mestra Ching Hai. O poema inicia assim: "Era uma vez um verdadeiro amante da paz que andava pelos vários mundos em busca da felicidade eterna". O que esse poema nos diz, basicamente, é que a felicidade e a paz estão dentro de cada um de nós e que a razão pela qual sofremos tanto, como acontece ocasionalmente, é porque olhamos para nosso exterior. Imagine se as pessoas se ligassem a si mesmas dessa forma, não haveria mais nada, além de paz e felicidade.

LP: Deve começar com cada um e isso é muito bonito.

FK: Sim, e o outro lado disso, para a Suprema Mestra Ching Hai, a poetisa, Ela descreve várias maneiras pelas quais nos vemos cara a cara com a parte mais difícil da vida por causa disso, por não ter essa conexão. Acho que esse é um tipo de exemplo invertido, que ilustra que, se olharmos para o interior e realmente fizermos essa conexão pessoal, pararemos de procurar pela felicidade - seja na fama ou na fortuna - que é o que um de Seus versos fala. Não teríamos de enfrentar essa escuridão, e o tema das cinco canções têm a ver com uma personagem, que é compassiva; muitas delas têm a ver com a compaixão.

A primeira personagem, que metaforicamente está olhando para uma estátua de pedra, sente como se aquele objeto inanimado transmitisse uma compaixão muito grande pelo sofrimento das outras pessoas e ela sente isso com muita intensidade. Cada uma dessas canções lida com outros aspectos, como o sentimento da separação de alguém ou a escolha da segurança e do dinheiro a todo custo e, às vezes, com a perda de contato com os próprios sentimentos. Esses são fatos difíceis de se encarar e, de certa forma, ficam mais acessíveis por meio da utilização da música. Este é o poder da música. É por isso que ela é de grande ajuda em filmes e em outras mídias temáticas.