Special Reports

 

A família santificada

 

Escrito pela irmã iniciada Velma, Indiana, E.U.A. ( Originalmente em inglês)

Era o meu primeiro retiro desde a iniciação um mês antes e eu estava fascinada pelo mar de rostos que vinham de todas as partes do mundo - milhares deles. Não "deles" mas "nossos", e aquilo foi significativo, porque agora sou um membro dessa "santa família" especial. Normalmente, sinto medo quando estou entre "estranhos" e prefiro ficar sozinha em termos de alojamento. Entretanto, não havia estranhos lá. Pessoas que nunca haviam se visto, vindas de países que representavam apenas pontos no mapa, irradiavam o calor que só emana do coração de uma família, e eu sabia que fazia parte dela. As simples saudações "Irmã" ou "Irmão" despertaram em mim uma emoção que eu jamais havia sentido e percebi que elas eram verdadeiras. Independentemente da nacionalidade, da experiência espiritual anterior ou das condições de vida, todas as mulheres possuem o mesmo nome, "Irmã" e todos os homens possuem o mesmo nome, "Irmão". O sentimento provocado pelo pronunciamento dessas palavras dizia-me que eu estava com meus irmãos e irmãs; o retiro era um relacionamento familiar e o chefe da família era a Mestra, ou como alguém começou a chamá-La, "Mamãe Mestra."

Estávamos envolvidos em nosso silêncio compartilhado e com nossas experiências secretas quando nossa adorada Suprema Mestra Ching Hai chegou. Vestida com as cores do Natal, calças brancas e blusa vermelha, Ela passou rápida e atentamente pela multidão, acenando, apertando mãos e tocando algumas pessoas enquanto passava. Senti as batidas do meu coração quando Ela aproximou-se de mim. Eu estava acabando de sair do lugar para onde minha mente havia me arrastado - o medo de que eu não agüentaria o ritmo e as exigências físicas que a meditação intensiva imporiam ao meu corpo. Eu poderia agüentar só um pouco, não um dia, mas uma sessão por vez. Fui presenteada com o "amém" de Deus quando senti a presença da Mestra como reforço físico e espiritual de poder.

E então o inacreditável aconteceu. Ela tocou-me - um leve toque de luz sobre meu ombro e sobre a parte superior de meu braço e, para a minha maior surpresa, as lágrimas rolaram dos meus olhos. Liberta de "alguma coisa" que eu não sabia o que era, percebi que jamais seria a mesma. Eu estava "completamente envolvida." Obrigada, Mestra, e obrigada, Deus, por reafirmar que eu estava no lugar certo, na hora certa, e fazendo a coisa certa para o meu progresso espiritual.

Comparecendo às sessões, prestei atenção nas perguntas sinceras que foram feitas para a Mestra, e observei a atenção, o calor e especialmente a paciência das respostas Dela. Uma coisa que Ela disse não sai da minha mente. Aquilo não era novidade para a minha compreensão espiritual ou intelectual, ou talvez nem mesmo para a minha alma, mas certamente era como se fosse. Era uma declaração da vida que levo agora.

Ela se reportava às palavras de Jesus, Mateus 6:33: "Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas." E então Ela disse coisas nesse sentido, com relação à meditação e às coisas materiais ou experiências. "Vejam, eu vou simplificar. Se você não vai com, vai sem." Era uma verdade simples que atingiu-me como um raio. Na minha vida, eu tinha ido sem: sem amigos, sem amor próprio, sem felicidade, sem a capacidade de falar sobre os maltratos que tinha experienciado, sem nutrição suficiente, sem o know-how para administrar meu casamento ou outras relações pessoais, sem dinheiro, sem diversão, sem ver a "luz no fim do túnel." Embora muito tenha sido resolvido, ainda há algumas coisas que continuo "sem", mas a boa nova é que não estou vivendo minha vida - sem a Mestra.

Aparentemente, para ratificar aquela declaração, fui tocada, quando após a última sessão, a Mestra estava acenando e apertando as mãos que projetavam-se do "mar" de iniciados enquanto Ela percorria o hall de meditação. Eu estava sorrindo, com meu coração feliz, porque tinha conseguido ir até o fim, quando Ela aproximou-se da seção em que eu estava. Para minha surpresa, Ela adiantou-se, ofereceu-me Sua mão e fui abençoada novamente. Naquele momento, tive mais do que nunca a certeza de que eu estava completamente "envolvida". Agradeço a Deus que me conduziu para um grupo tão maravilhoso quanto esse, com uma líder tão adorável e piedosa, a Mestra Ching Hai.

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